Vamos perturbar nossos worshipeiros de plantão, pois quem nunca na ausência de teclado e uma estrutura de banda mais consistente não deu aquela exagerada nos pads para cobrir os gaps da banda.
Me considero levemente culpado por usar e abusado por um tempo dos pads e principalmente por criar um site para fornecer gratuitamente pads (https://worshippadsfree.com/), mas sempre tomei o cuidado de usar pads diferentes entre as músicas para não torná-las excessivamente carregadas, pois particularmente sempre achei um pouco enjoativo o uso exagerado, e é sempre difícil se sentir plenamente satisfeito após 30 a 40 minutos ouvindo o mesmo pad.
Os pads e o worship tendem a levar os músicos para a zona de conforto, sejam pela simplicidade das músicas ou pela similaridade entre as músicas, mas existe uma dose da preguiça dos músicos e cantores, tocar estilos mais elaborados pode dar um pouco de trabalho.
Não da para comparar com bandas que trabalham comercialmente o worship, veja a Bethel, eles vendem o worship, mas se observar encontrará músicos excelentes, que no momento da Bethel tocam o que precisam tocar, porém, em projetos paralelos se apresentam de forma mais elaborada demonstrando seu potencial.
Peguem, por exemplo, a Steffany Gretzinger, uma das ministras da Bethel, no seu álbum Blackout é apresentado uma dinâmica diferente, mais rica em arranjos. No Brasil gosto da Central 3 que traz por vezes umas músicas interessantes, peguem, por exemplo, a música Cordeiro e Leão.
Estaremos caminhando para uma estagnação musical se nos rendermos a preguiça e a falta de dinâmica nas músicas, não duvido que em breve veremos músicas apenas com o pad ao fundo sem nenhum outro instrumento.
Se observar verá que as músicas que fazem mais sucesso e que sãos as mais procuradas dentro do worship são majoritariamente traduções de músicas de fora, estamos com dificuldade até para compor músicas de adoração. Faça o teste, se em sua comunidade tocam muito worship, verifiquem de quem são as músicas e verá muita coisa de fora.
Os pads não são os culpados, são um reflexo de algo que vem ocorrendo nos últimos anos.
Precisamos criar um ambiente propício à criatividade, precisamos ensinar nossos ministros como fazer poesias, voltar as aulas de português começando pelas rimas e evoluindo para estruturas mais complexas de poesias.
Precisamos explorar mais os sinônimos, não precisamos lançar 10 músicas com o mesmo título, temos uma bíblia com uma abundância de temas para serem explorados e nos limitamos a tão poucos. Gosto muito de falar de Jesus, sua obra e sobre o Espírito Santo, mas podemos ir além, explorar outros aspectos da obra de Cristo sobre toda a Bíblia.
Musicalmente, diminua um pouco os pads, experimente mais nos ensaios, se permitam errar e testar novos riffs, misture ritmos, pesquise e estude, quando estiver maduro leve para o culto e surpreenda a igreja.
É um convite para sairmos da zona de conforto e explorarmos todo o potencial da música.