Na parte 3 da série Cultura do Reino vamos abordar os conhecimentos que fazem parte desta cultura, na parte 1 começamos a entender o que é uma cultura, como este entendimento se estende a cultura do reino e na parte 2 entendemos a quem pertence esta cultura. Esperamos que consiga juntamente conosco se aprofundar cada vez mais neste tema.
Série Cultura do Reino
03 – Quais são os conhecimentos do Reino?
A Bíblia reúne nos evangelhos e demais livros a base para o conhecimento do Reino, revelados pelo Espírito Santo aos profetas ao longo da história, conhecimentos que apontam para o Pai, o Filho e a glória vindoura, revelando como devemos nos comportar, o que devemos esperar do presente e do futuro para aqueles que creem.
Na Série Cultura do Reino, estamos explorando os diversos aspectos deste maravilhoso reino, se este é o seu primeiro contato com a série, recomendamos ler as partes 1 e 2
Conhecimento (do latim cognoscere, “ato de conhecer”) é o ato ou efeito de conhecer.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento
No conhecimento temos dois elementos básicos: o sujeito (cognoscente) e o objeto (cognoscível), o cognoscente é o indivíduo capaz de adquirir conhecimento ou o indivíduo que possui a capacidade de conhecer. O cognoscível é o que se pode conhecer.
O tema “conhecimento” inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são úteis ou verdadeiros.
Os conhecimentos do reino não foram construídos ou reunidos da forma tradicional, mas através da revelação do Espírito Santo, que através da inspiração trouxe por Cristo, os profetas e apóstolos a base do conhecimento do Reino, transcritos em vários livros reunidos na Bíblia.
“Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.”
João 15:15
A base do nosso conhecimento sobre o Reino é revelada através da Bíblia, assumindo como alicerce fundamental os ensinamentos de Cristo, que trazer uma nova perspectiva sobre a palavra revela desde o princípio. Alguns podem dizer que as leis ou a Torah é o ponto de partida, mas Cristo estabelece um novo parâmetro de tempo, e ele se torna o início de uma nova fase, tentar entender a Bíblia sem antes compreender a Cristo pode resultar em um desastre.
“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.”
Romanos 10:14-15
Podemos dividir o conhecimento do Reino entre o conhecimento óbvio literal, ou seja, aquele que não requer a fé para auxiliar no entendimento e o conhecimento não literal, ou seja, que está ali descrito no texto bíblico, porém requer uma boa dose de fé, envolvendo aspectos vindouros, o que dificulta ao que não tem o Espírito de Deus entender.
“E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.”
Lucas 8:10
O ser não espiritual lê a respeito da crucificação e aceita isto como algo factível, uma vez que a crueldade humana é algo comum, porém este mesmo ser é incapaz de crer na ressurreição de Cristo, pois ressuscitar não comum e provável, beira a loucura crer que uma pessoa voltou dos mortos, andou entre seus seguidores e subiu aos céus.
Conhecimento que liberta
O conhecimento por si só é algo poderoso e quanto mais pudermos conhecer o universo ao nosso redor estaremos nos colocam em vantagem sobre qualquer outro indivíduo, seja dominando as áreas do conhecimento relacionadas às nossas atividades profissionais, espirituais ou pessoais. O conhecimento do Reino oferece um poder que vai além, ele agrega elementos que transcendem o entendimento humano, abrindo um canal direto com o mundo espiritual, permitindo alcançar patamares superiores de conhecimento.
Vemos esta diferença do poder do conhecimento através do relato do Livro de Jó, que mostra como o conhecimento da Justiça de Deus é capaz de nos ajudar a superar as adversidades. Em Cristo no deserto, ao ser tentado por nosso inimigo, o conhecimento e o poder da palavra foram fundamentais.
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:32
Nos permite compreender a Justiça
A base de toda a moralidade conhecida e praticada pela sociedade é baseada nos princípios divinos, quer gostem ou não da ideia. Toda às vezes que tentamos ajustar este conhecimento perdemos o rumo, o princípio acaba pervertido e a injustiça assume o controle. Basta observar os governos que tentaram suprimir a base moral divina, em algum momento perderam o rumo e se tornaram totalitaristas e opressores.
A justiça de Deus é a base do seu julgamento, a base de como irá se relacionar com toda a humanidade, crendo ou não nele.
Tentamos muitas vezes corromper o conhecimento acerca do amor de Deus, generalizando, o colocando no mesmo patamar de um amor banal humano, esquecendo que o Amor de Deus é guiado exclusivamente por sua justiça, um não anda sem o outro.
“Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.”
Romanos 10:3
E a base da justiça de Deus está em seus mandamentos e no conhecimento da sua graça, que norteiam os atos em que são aceitos ou desprezados, assim como aqueles que sua graça pode superar.
Cristo retoma a perspectiva original
O conhecimento revelado no velho testamento trouxe vários aspectos do Reino, porém em Cristo a essência é exposta de forma sobrenatural, pois além do acesso ao que estava escrito e testemunhado ele nos deu acesso direto e irrestrito ao Pai, e complementou enviando o Espírito da Verdade que nos auxilia no entendimento de suas revelações.
No entanto, quando o Espírito da verdade vier, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos revelará tudo o que está por vir. O Espírito me glorificará, porque receberá do que é meu e vos anunciará. Tudo quanto o Pai tem, pertence a mim. Por isso é que Eu disse que o Espírito receberá do que é meu e o revelará a vós. O sofrimento se tornará em alegria
João 16:13,14,15
O amor e a justiça de Deus não mudaram, porém, Cristo torna cristalino este conhecimento e livre de adaptações e deturpações humanas. Homens tentaram interpretar e ensinar sobre este conhecimento, mas ao invés de torná-lo mais atraente e transparente, complicaram e acrescentaram suas convicções e medos, até que Cristo vem e corrige o rumo, nos mostrando o caminho da comunhão com Deus e o centro dos seus objetivos.
A Bíblia é a origem deste conhecimento
Cremos que para nós a Bíblia é a origem deste conhecimento auxiliados pelo Espírito Santo, encontrando nela a base para o conhecimento do Reino.
Cremos também que qualquer tentativa de encontrar novas bases ou revelações traz sérios riscos para o pleno conhecimento do Reino, e que qualquer revelação que não esteja em consonância com o que já foi revelado não deve ser aceito. Contudo, devemos ter o cuidado de não misturar conhecimentos gerais e os conhecimentos a respeito de Deus, do contrário voltaremos a era das trevas acreditando que a Terra é plana, que ela é o centro do universo, estaremos queimando pessoas com epilepsias por acreditar que estão endemoniados.
O fato de a Bíblia não trazer detalhes suficientes para definirmos um estilo musical santo ou que instrumento agrada mais ou menos a Deus, não é um sinal de que devemos abolir este ou aquele estilo musical com base na velocidade em que as notas são tocadas ou como elas interagem.
Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.
João 8:19
Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis que EU SOU, e que nada faço por mim mesmo; mas isto falo como meu Pai me ensinou.
João 8:28
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:32
Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.
Romanos 10:14,15
Conhecimento dos que tentam servir
A Bíblia, assim como outros livros, sejam apócrifos ou de história, trazem conhecimentos acerca dos outros povos e outros deuses, relatos de suas perspectivas de um reino, que se assemelham pela esperança, enquanto mostram um deus diferente, com outras prioridades e objetivos. A Bíblia constantemente nos alerta sobre os falsos deuses, porém outros livros não fazem desta forma.
Muitos que buscam o conhecimento do reino de Deus a qualquer custo, tentando saciar sua sede, acabam bebendo de fontes externas, duvidosas, acabando enganados por suas próprias ambições, se encantando com aspectos destes outros deuses, aspectos aprazíveis aos seus olhos, que agradam suas ambições.
Uma característica importante destes outros caminhos, que levam a outros reinos, é que em algum momento vão apresentar uma verdade distorcida, que vai de encontro com as obras da carne, que colocam o homem em uma posição que ele não tem, chegando até mesmo a compará-lo a Deus, ou tentam dividir a Deus em vários, tentando diminuir o tamanho e poder.
Anteriormente todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira.
Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou,
deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos.
Efésios 2:3-5
Inevitavelmente, ao aprofundar no conhecimento do Reino de Deus vamos encarar que não somos merecedores, de que este reino está além das nossas capacidades, mas que o Criador preparou um caminho, um meio para nos habilitar a entrar e participar desta glória.
O conhecimento do Reino inspira novos conhecimentos
Esta base de conhecimentos do Reino, embora não possam ser subjugados, substituídos ou sofrer acréscimos em suas bases doutrinárias, acabam influenciando a construção de novos conhecimentos que tratam da contemporização dos diversos temas.
Pegamos, por exemplo, o tema depressão, o texto bíblico original não trata de forma direta sobre este tema, embora possua bases sólidas para embasar o apoio e tratamento daqueles que sofrem deste mal, inclusive ajudando a discernir o que é a doença em relação aos equívocos de sua associação a possessão demoníaca.
Podemos também olhar para doenças que no passado não possuíam tratamentos medicinais, como a lepra, o qual a forma de evitar um contágio generalizado era a separação da pessoa do coletivo. Atualmente com o avanço da medicina temos tratamentos mais eficientes, permitindo inclusive que possamos acompanhar o tratamento sem recorrer a uma separação tão radical como a empregada no passado.
As bases do conhecimento do Reino são atemporais, são aplicáveis em todos os tempos, embora no conjunto de toda a obra bíblica também encontramos conhecimentos temporais, aplicáveis a um tempo ou local determinado.
O uso equivocado do conhecimento do Reino e a falta de distinção de sua aplicação no tempo podem acarretar fardos desnecessários sobre a vida da Igreja, basta observar a aplicação equivocado de dogmas sobre os vestuários, que obrigou muitas comunidades a viverem situações vexatórias, usando roupas inapropriadas, assim como questões de higiene pessoal.
O que podemos conhecer sobre o reino?
A Bíblia nos permite conhecer os atributos de Deus, nos dá diversas visões alegóricas a respeito dos céus, que nos permitem compreender o quão especial, separado e único ele é, usando coisas preciosas aos olhos humanos em situações banais para mostrar o que realmente tem valor sobre os olhos do Pai.
Conhecendo o Pai, conhecemos parte do reino e a bíblica nos dá pistas:
- Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. (1 João 4:8)
- Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus. (Salmos 90:2)
- Abraão, por sua vez, plantou uma tamargueira em Berseba e ali invocou o nome do Senhor, o Deus Eterno. (Gênesis 21:33)
- Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. (Malaquias 3:6)
- Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes. (Tiago 1:17)
- Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado. (1 Reis 8:27)
- Pois o Senhor é justo, e ama a justiça; os retos verão a sua face. (Salmos 11:7)
- A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti. (Daniel 9:7)
- Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. (Apocalipse 1:8)
Podemos compreender a base da justiça e amor, seu plano para a humanidade e parte do universo, assim como ele se relacionou com a humanidade nos tempos bíblicos, e com base nisso podemos compreender como ele irá se relacionar conosco hoje.
Podemos compreender o que ele espera de nós no plano material e espiritual, assim como o que faz sentido aqui na terra e o que fará sentido nos céus.
Infelizmente não é possível alcançar a plenitude do conhecimento sobre o Reino sem conhecer a Cristo, os evangelhos e o restante da Bíblia. Assim como não é possível sem uma vida de oração, entrega e fé. Escolher andar por apenas um destes caminhos isoladamente é um grande equívoco e 0 desviará do Reino.
Todos que tentam andar segundo suas próprias convicções acabam frustrados, pois se afastam do conhecimento, da justiça, do amor, da comunhão e do Espírito da Verdade, e consequentemente de Deus.
Oferta abundante de conhecimento
Adão
Após a criação, o próprio Deus instrui Adão e oferta os conhecimentos necessários para que Adão vivesse em harmonia com Deus e toda sua criação.
Adão recebe também o conhecimento base que seria passado de geração em geração sobre o criador, sua justiça e leis.
Noé
Noé recebe o conhecimento necessário para ter o livramento da justiça de Deus, construindo a arca com especificações e conhecimento superiores ao seu conhecimento natural, recebendo um plano completo de como salvar não apenas a si mesmo, mas sua família e uma grande quantidade de espécies animais.
José
Recebeu sabedoria para guiar uma nação durante o período de escassez. Faltou malícia ao contar o sonho aos seus irmãos, mas se mostrou parte do plano que haveria de se suceder.
Moisés
Separado e preparado para liderar o povo contra faraó e toda a peregrinação pelo deserto.
Recebeu sabedoria para guiar até o limite e entregar a liderança, sem teimar em seguir adiante, o que poderia atrapalhar os planos.
Davi
Foi necessária inspiração dos céus para superar as adversidades e se preparar para o que viria.
Cristo
Usou o conhecimento na medida certa para propagar sua mensagem e irritar os algozes que cumpririam o plano de salvação, o levando para a cruz.
Podemos dividir o conhecimento do reino de Deus das seguintes formas:
1) Revelam a vontade de Deus para o momento
Quando Deus abre a boca da jumenta para falar com Balaão (Números 22), entendemos que embora tenha usado a jumenta nesta situação, não é uma prática para o plano material ou espiritual, ou seja, não podemos adotar este evento como um fundamento para a vida cristã ou para o reino vindouro, todavia se fez necessário naquele momento.
2) Revelam a vontade de Deus para a Igreja no plano material
Ao criar mandamentos como não matarás, não adulterarás ou não comerás carne impura, são a vontade de Deus para o plano material, tem validade neste plano, enquanto vivermos aqui, mas para o Reino vindouro tais mandamentos não se farão necessários, pois no reino vindouro estes comportamentos humanos oriundos dos desejos carnais morrerão com este corpo.
3) Revelam a vontade de Deus para o Igreja no Reino vindouro
Conhecer o plano vindouro é apenas para nosso deleite e inspiração, porém a totalidade de sua grandeza só sera revelada quando chegarmos lá.
4) Mistérios que ele não revelará até que venha o Reino
Existem momentos, atos ou questões que a Bíblia não oferece todos os detalhes, mas não porque ela ou os profetas não eram capazes, mas porque Deus entende que tais detalhes não colaboram com o seu plano, poderiam tirar o foco do objetivo principal.
Exemplos:
- Porque esperar cerca de quase 4 mil anos até a vinda de Cristo?
- Por que não permitiu que povos antigos tivessem acesso às tecnologias atuais? Já pensou Moisés com WhatsApp coordenado todo o povo, seria bem mais fácil.
Concluindo
A linha entre os tipos de conhecimento do reino é tênue, podemos facilmente confundir mandamentos, leis e orientações deixadas para o plano futuro com o plano terreno, exigindo uma busca constante por discernimento e uma mente aberta para que o Espírito da verdade nos ajude.
Estamos juntos nesta busca por conhecer cada vez mais o Reino de Deus, esperamos que Deus nos conceda condições de concluir a série sendo sem equívocos ou erros. Se encontrar algum erro ou quiser enviar alguma sugestão, entre em contato.
Continua…
- 00 – Série Cultura do Reino
- 01 – O que é Cultura do Reino?
- 02 – A quem pertence está cultura do Reino?
- 03 – Quais são os conhecimentos do Reino?
- 04 – Quais são as artes do Reino?
- 05 – Quais são as Leis do Reino?
- 06 – Quais são os valores morais do Reino?
- 07 – Quais são os costumes do Reino?
- 08 – Quais são os hábitos do Reino?
- 09 – O que não é ou não faz parte da Cultura do Reino?