Existe realmente diferença entre banda e ministério de louvor? Porque uns defendem com unhas e dentes um ou outro? Ministério é mais espiritual ou forte que banda? Banda tem menos compromisso com o reino de Deus?
Para Deus e para a Igreja, isso influencia de alguma forma?
Deveríamos estar preocupados com isso?
Vamos tentar trazer luz á estas perguntas neste artigo onde falaremos sobre a diferença entre bandas e ministérios de louvor.
Tecnicamente, existe diferença?
Não deveria existir diferença técnica, pois o exigido para os dois tipos são as mesmas habilidades e responsabilidades técnicas. Ou seja, o guitarrista tem que tocar bem a guitarra, o baixista tocar bem o baixo, as notas e escalas são as mesmas, as regras musicais e sonoras são as mesmas, ou seja, tudo igual, exceto pelo fato que o ministério de louvor na grande maioria das vezes toca em um mesmo local e para o mesmo público.
Espiritualmente? Não deveria existir diferença, uma banda não deve ser menos crente que um ministério de louvor. Uma banda não é menos de Deus, e nem o ministério é mais crente por estar preso a uma Igreja.
Acreditamos que a vocação de um ministério que tem como foco a igreja local é tão desafiadora quanto de uma banda. Enquanto o ministério de louvor tem o árduo trabalho de se renovar para trazer algo novo para o mesmo público semanalmente, uma banda tem a difícil tarefa de mostrar que pode ser reconhecida, por vezes tocando para públicos muito distintos.
Então onde está a diferença?
O que leva então a escolha de banda ou ministério?
Depende do dono/donos ou líderes, normalmente são essas figuras que irão determinar o tipo, o nome e o foco de trabalho. São eles que deverão explicar os argumentos do porque acham que devem chamar de banda ou ministério de louvor. E aí se prepare para as mais diversas respostas e justificativas, muitas vezes espiritualizando suas escolhas pessoais, outras vezes usando cara e coroa ou uma boa votação.
Na pratica o que vemos?
Normalmente o termo banda é usado para grupos de músicos e cantores que se tornam mais independentes ou que tocam estilos musicais diferentes dos escolhidos pelos cantores/ministros da Igreja. Independentes porque não quererem se restringir a agenda da igreja local, querem agendas foras, querem vender CDs, um pouquinho de fama “santa”.
Bandas procuram trabalhar na divulgação do seu trabalho, muitas priorizando as agendas em detrimento dos cultos de suas igrejas. Existem casos onde cada membro da banda frequenta uma determinada denominação, e por vezes nem possuem cargos ou fazem parte do ministério de louvor da igreja local.
O repertório de uma banda busca dar cara ao projeto desenvolvido, que pode estar vinculado a uma história, um roteiro ou ao estilo musical, o foco é sempre sustentar a identidade visual, sonora e intelectual.
E o termo Ministério de Louvor ou Grupo de Louvor normalmente é designado para grupos de músicos e cantores que se dedicam mais a igreja local, em especial o termo grupo de louvor. Ministério é considerado um pouco mais elevado, para usar quando você se torna um pouco maior e mais organizado.
Ministério de louvor se preocupam mais com a igreja local, tem como prioridade manter os cultos, trazer canções que auxiliem a igreja no prestar seu culto a Deus.
O repertório tem menos foco nos objetivos dos músicos e deve priorizar as necessidades da igreja, se possível servir com apoio a palavra que será ministrada.
Grupos que se tornam profissionais em geral deixam de usar termo “grupo de louvor”, neste caso viram bandas ou ministérios conforme já falamos acima, para dar um ar mais profissional.
E a Bíblia, o que ela diz?
Costumo dizer que você encontrará mais versos falando sobre pessoas (inclusive profetas) bebendo vinho, do que orientações específicas e técnicas voltadas para a música. Tanto é que os músicos faziam parte da tribo, ou podemos assim dizer, “departamento” dos Levitas, onde tínhamos os Sacerdotes, Músicos, Cantores, Pessoal da manutenção do Templo, Limpeza, da Fogueira, Recebedores das ofertas, e por aí vai… Observe que nem se deram ao trabalho de separar uma tribo Especial só para a música, sendo está apenas mais uma das funções desta tribo.
Não existe versículo para ajudar a escolher a melhor opção. É uma questão muito mais de gosto, marketing e aceitação social do que espiritual.
Se o termo/expressão ministério está ligado ao chamado (cargo ou função) e a sua vocação, então a banda é um ministério. Ser banda não significa ter menos compromisso, é uma questão de postura, comportamento. Crente safado é safado com cargo de pastor e sem cargo de pastor, com ou sem cargo de ministro, dentro ou fora de uma banda. Crente compromissado e honesto tem uma postura correta tendo ou não um cargo.
No fundo, não acho ruim está distinção entre bandas e ministério de louvor, deixando o termo ministério mais voltado para o louvor congregacional e banda para grupos que tem como foco a música e o próprio ministério pessoal. Distinguir o foco dos grupos através do nome pode ser positivo, mas no final é uma questão de gosto, um não invalida o outro.
Antes de concluir…
Não deixe de conferir nosso artigo “No louvor, Unção ou técnica? Qual a prioridade de uma banda/ministério de louvor?“.
Concluindo
Chame como quiser (banda ou ministério), desde que você tenha um compromisso real com o seu chamado. Se você se comprometer a ajudar a igreja local, faça com maestria e dedicação, se for além da igreja local, que assim seja, com o mesmo comprometimento e dedicação.
Se você procura uma razão super espiritual, algo ultra power high elevado, para encher sua boca na hora de falar, infelizmente não poderemos te ajudar.
Não fique aprisionado por estes termos, pelas modinhas, esteja convicto do seu ministério e chamado, firmados em Jesus.
