Outra novela em alguns ensaios, a briga dos instrumentistas que tiraram a música no tom original e dos vocalistas que não conseguem cantar no tom original. Em alguns casos chegamos ao absurdo de chamarem muitas vezes o pastor, que quase sempre não é músico, tem conhecimento mais limitado que dos músicos, acaba opinando em favor daquele em que confia mais ou que possui maior intimidade.
A questão é muito simples, instrumentistas com pouco conhecimento musical, limitados, que muitas vezes mal conhecem as escalas básicas (maiores e menores), são eles que costumam reclamar do tom original, por que NÃO CONSEGUEM tocar em outro tom ou tem preguiça.
Tem vocalista preguiçoso também, que até consegue chegar no tom, tem total condições de fazer no tom original, mas são tão limitados ou preguiçosos quantos os instrumentistas, acham também suas desculpas para justificar sua falta de interesse em melhorar.
Diante do cenário onde todos padecem de falta de conhecimento, é querer demais que os instrumentistas resolvam o problema, mal conhecem seus instrumentos e os fundamentos básicos da música, possuem conhecimentos limitados, então exibir que saibam identificar de pronto as limitações do vocalista é o mesmo que pedir para um vendedor fazer um diagnóstico médico de um paciente com câncer.
Se você está em um grupo onde todos são semianalfabetos musicais, nem vocalistas e nem músicos tem razão nesta briga e ninguém tem que cantar de galo, todos devem se colocar no seu lugar, tomar vergonha na cara e buscar mais conhecimento.
Parem pelo amor de Deus de falar bobagens nos ensaios e em cima dos palcos (púlpitos) das igrejas.
Os ouvidos da Igreja merecem um trabalho bem feito, merecem que vocês amem ao próximo também na hora de tocar ou cantar.
O que fazer então?
Quando o vocalista não consegue alcançar o tom?
Ajusta o tom para o vocalista! Simples assim, os instrumentistas que se virem para tocar no tom mais adequado. A voz não oferece o mesmo dinamismo que certos instrumentos musicais, não existe transpose na voz, ou seja, se realmente estiver fora do alcance vocal do cantor, a banda deverá ajustar para evitar danos a voz.
Quando o vocalista pode chegar no tom e tem preguiça?
Convide-o a tomar vergonha na cara, que comece a treinar, aquecer a voz devidamente para cantar no tom que pode vir a ser o mais adequado.
Se ninguém no grupo tem conhecimento para isso, pague um professor de canto para revisar o alcance vocal e ajustes as músicas que houverem conflitos. Se ninguém souber o que está fazendo, a regra é buscar apoio profissional.
Quando os músicos não querem tocar no tom?
Se não há acordo, recomendo que tire a música do repertório e acabe logo com esta contenda até que amadureçam e se torne músicos realmente (incluo aqui os cantores).
Os arranjos podem ficar descaracterizados em outros tons?
Sim, se for feita uma transposição simplificada de tom, sem o devido cuidado, sem analisar em qual oitava o arranjo fica mais agradável, o resultado pode ser desagradável.
Baixar o tom da voz nem sempre significa que a guitarra irá no mesmo sentido, ela pode ter que trabalhar uma oitava acima para oferecer uma experiência mais próxima do original.
A música depende muito da harmonia, se for bem executada a igreja nem perceberá que o tom foi modificado. Mas se for mal executado, até no original ficará desagradável.
Recomendações gerais…
Em relação ao ministério de louvor congregacional, a música tem que ser tocada no tom mais adequado para quem irá cantar, inclusive recomendo avaliar se o tom é adequado para a Igreja (a congregação). Se a igreja estiver sofrendo para cantar, sugiro adequar o tom ao coletivo;
Aos músicos, sugiro que treinem os arranjos em pelo menos 3 á 5 tons diferentes. Se uma música é em Ré (D), treine em Dó, Mi, Lá e Sol, assim você cobre o aumento ou redução em 1 (hum) tom e a inversão (para vozes que estão entre 2 e 2 e meio tons acima ou abaixo);
Aos cantores, algo semelhante aos músicos, tentem cantar em outros tons, saia um pouco de sua zona de conforto, explore sua voz, busque orientação profissional para melhorar;
Enfim, podemos e devemos fazer mais pela Igreja e por Deus, mas ficamos presos em nossas zonas de conforto, engordando e juntando teias de aranha, mofando em nossa preguiça. Se queremos fazer melhor, devemos nos empenhar mais, ouvir os mais experientes, buscar aconselhamento profissional, parar de dar desculpas esfarrapadas para justificar nossas limitações e fazer o que é correto.